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BAUDRILLARD Do Texto ao Pretexto Paulo Vasconcelos ISBN 85-98175-04-8 14x21cm 132 páginas Introdução do autor A primeira vez que li Baudrillard foi nos anos 80, precisamente num curso de pós-graduação –USP, em Sociologia - ano 84.O Curso tratava das Categorias Sociais, trabalhava com Marx, Nietzsche, e fazia contrapontos com Foucault e Baudrillard. Foucault já conhecia, Nietzsche também, mas Baudrillard soou-me novo e estranho ao mesmo tempo. Sua escrita era diferente, seu foco do social bem como sua estrutura epistêmica usados.Ver a sociedade, especificadamente a classe média francesa pelo prisma das estruturas dos objetos do consumo, era algo novo, principalmente por que, ao mesmo tempo, iniciava ele uma abordagem da Publicidade e assim do consumo. O enfoque do mundo dos objetos descortinava a trama dos signos e seu poder de persuasão, bem como a trama do mundo real sendo menos real. O sistema dos objetos tece uma gramática intricada de semiose que se implica ao mesmo tempo com esferas múltiplas de percepção no mundo da recepção dos humanos, passando pelo caráter econômico, psíquico e social.Sua Sociologia, assim, fugia dos parâmetros tradicionais, e mais, seu foco se embrenhava por novas trilhas ou novos sistemas sociais ou estruturas . A sensação da leitura – em O sistema dos Objetos - era a de que algo se rompia face ao mundo extenso do consumo, por outro lado, a mesma leitura me chamava atenção para o mundo da mídia, como uma alavancadora dos estágios atuais do consumo. Nesta época, ainda não havia de minha parte uma preocupação com o mundo da comunicação, nem havia iniciado minha pós-graduação nesta área.Na continuidade das leituras sobre este autor, chamava-me atenção a multiplicidade de vieses epistêmicos que o mesmo usava para solidificar seus argumentos. Observava sua escritura que era tecida desde a Sociologia, a Economia, a Filosofia, a Psicanálise, passando pela Semiologia. Na época não me debruçava ainda sobre a Semiótica de base peirciana.Se o Objeto era de início seu álibi, ali se encrostava seu outro foco que é exatamente o da ordem do valor. O valor numa semiose múltipla e assentado numa perspectiva ideológica. A multiplicidade de sentido sobre o qual o valor se move para Baudrillard é ampla e movediça, transitando pela ordem moral, estética e psíquica.Do valor de uso ao valor de troca, passando pelo valor semiológico, a trama absorve o mercado, o sujeito e sua capacidade de representação, alterando assim a realidade.Ao adentrar posteriormente nas suas obras Sociedade do Consumo e Para uma crítica a Economia Política do Signo, especificadamente na primeira, deparei-me com o foco da sexualidade, o que me levou a adentrar aos estudos da Psicanálise para melhor compreender o autor.A variável da Sedução é ponto maquínico na esfera da sexualidade que também transversará a ordem do valor como um todo e assim do sujeito e da sua identidade. A partir deste pressuposto, o autor irá construir a idéia do obsceno, que, na verdade, não corresponde a uma idéia original, etimológica de transgressão do pudor, mas de uma ordem do valor que representa para além de um sentido, transgredindo a alteridade, o distanciamento e solapando o sujeito no sentido de não mais permitir seu foco crítico, mas sua adesão, sua incrustação ao objeto, à representação.Estas últimas obras deram-me um suporte para ir a busca das influências que teria recebido Baudrillard e ai partir para vasculhar sua obra na meta de encontrar seus parceiros de argumentação. Durante meu mestrado, cuja área foi a de Artes, continuo a lê-lo, mas ainda me sentia imaturo para escrever algo sobre este, o que só viria a acontecer no Doutorado, na área de Comunicação.Nesta ocasião, estando vinculado a meus estudos em Psicanálise, resolvi num primeiro momento estabelecer um projeto de leitura do Baudrillard em algumas de suas obras sobre o foco da Psicanálise, aliada à Sexualidade nos Meios de Comunicação.Meu intento se dava mal uma vez que a estrutura do discurso de Baudrillard não se atinha a um formalismo epistêmico da Psicanálise, e quiçá de muitas outras abordagens epistemológicas, destacadamente após sua obra A troca simbólica e a Morte.Partindo desse pressuposto, iniciei uma divisão de sua obra em alguns cortes na área do Marxismo, da Psicanálise e da Semiótica. Isso me levou a construir um norte mais abrangente no sentido de observar também o sentido do valor e o humanismo em Baudrillard, tangenciados por aquelas abordagens epistêmicas. Desta feita, partia para a construção da minha tese de doutorado. Do resultado deste trabalho, resolvo publicar, fazendo alguns ajustes que julguei necessários e daí alguns argumentos iniciais que proponho para a leitura de Baudrillard.Esclareço,outrossim, que esta obra não tem a pretensão dissecar in totum a obra deste autor,tão vasta e polêmica, mas dar pistas para a compreensão de sua formação bem como,de pontos de sua produção , entre o período de 1968 a 1999 (nas edições brasileiras) no que toca especificadamente a ordem do valor predicada pela Psicanálise.Por questões de ordem metódica suas obras também foram lidas nos seus originais, bem outras posteriores -a 1999- de modo a ajudar a compor uma estrutura mais densa que ajude a contextualizar nossos propósitos.
BAUDRILLARD DO TEXTO AO PRETEXTO
Nenhum filósofo da contemporaneidade, nos últimos 30, anos causou tanto impacto entre nos ocidentais, como Jean Baudrillard. Da
pintura, ao vídeo, fotografia, cinema e teatro, são linguagens que já o tomaram como tema. Lembremo-nos de Matrix.
Baudrillard é um pensador da contemporaneidade mais crítico e vítima de criticas, como a de ser apocalíptico.
De cara, nos propõe revisões sociológicas numa ótica marxista para então pensarmos as discursividades do social e o seu poder que
já se expressa na ânsia pelos
objetos e na credibilidade do objeto do consumo – via o discurso publicitário.
Adensa seu pensamento numa revisão crítica ao pensamento marxista, adentrando pelos meandros da esfera do valor, e ressignificando-o,
pela proposta discursiva e dos signos.
Sua obra cresce, passando de um estruturalista a um pós-moderno, em que as reflexões do signo já não bastam diante das novas trocas
e suas densidades; o paroxismo já é imperioso. A morte é fatal, o sujeito, perambula e a panóplia de novos séqüitos de sujeitos assuntados
em simulacros se adensam nas janelas discursivas, com destaque para as eletrônicas.
Vasconcelos, através de sua obra, ergue um estudo genético da obra do Baudrillard.
Apresentando-nos seu contexto social, das emanações de influências e formação, passando pelo constructo de seu pensamento. Sublinha
os autores e as influências por exemplo fatais a como:
Nietzsche, Barthes e Bataille sobretudo exerceram determinações marcantes na obra deste autor, a medida que aponta as marcas deixadas
em sua arquitetura epistêmica.
A obra é para um público que deseja conhecer Baudrillard, ou seja, permite entender, inteirar-se de uma seqüência acadêmica e
intelectual de sua obra e percurso.
Trechos do prefácio de Waldenyr Caldas - Diretor da Escola de Comunicação e Artes -USP