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Descrição

OS RIKBAKTSA: mudança e tradição Rinaldo Sérgio Vieira Arruda 14x21cm -372 páginas ISBN - 978-85-546-062-7 Este livro é fruto de pesquisas realizadas no território Rikbaktsa de 1983 a 1991, base da minha tese de doutoramento apresentada em 1992, há 27 anos atrás. Retrata, portanto, um contexto e a dinâmica da década de 1980, marcada pela transição de uma ditadura de 20 anos para o estabelecimento de um regime democrático, processo que promoveu inúmeras mudanças na sociedade brasileira e na sua relação com os povos indígenas. Retrata também uma determinada configuração da sociedade Rikbaktsa que, embora permaneça em suas linhas mais gerais, também sofreu transformações importantes ao longo do final do século XX e início do XXI. Revisando-a para a atual publicação ficaram evidentes as marcas do tempo. Certas afirmações, denominações e perspectivas ali presentes seriam hoje expressas de outras maneiras, merecendo alguns comentários para melhor situar o leitor. Faz-se ali uma crítica à legislação indígena, até então marcada por uma postura assimilacionista, mas que sofreu fortes e positivas alterações na constituição de 1988. Na mesma linha de nossa constituição, ecoando as lutas dos movimentos indígenas que promoveram seu reconhecimento mundial como povos com direito à existência, a Conferência Internacional da OIT, órgão da ONU, revogou a Convenção 107, de 1957 (de cunho assimilacionista), aprovando em 1989 o novo “Convênio 169 Sobre Povos Indígenas e Tribais”, o qual representou um enorme avanço no reconhecimento destes povos como sujeitos coletivos, com identidade étnica específica e direitos históricos imprescritíveis. Como boa parte dos povos indígenas no Brasil de hoje, os Rikbaktsa têm energia elétrica em quase todas as suas aldeias, várias delas tem ponto de Wi-Fi, as novas gerações costumam participar das redes sociais pelo WhatsApp e pelo Facebook, são escolarizadas, há muitos com títulos universitários e em sua vida cotidiana mesclam todo o tempo as pautas “internas” ligadas à sua história e cultura particulares com os fluxos mundiais dos quais participam, remodelando-se uns e outros. A eles dedico este livro, agradecendo sua amizade e as trocas de ideias, emoções e entendimentos, que continuam acontecendo. Os chefes e lideranças atuais são as crianças da época de minha pesquisa, filhos dos meus amigos de então e de agora. Aquela geração, assim como eu, estão hoje na categoria dos anciões, guardiões de memória, de saberes, conselheiros em momentos difíceis. E, como eles, apresento esse trecho de história vivida e partilhada