Memória Do Operariado Amazonense

Descrição

Os anos 1980 suscitaram novas configurações na expressão identitária dos trabalhadores, os quais se apropriam de novos instrumentos de ação coletiva, o que nos permite falar da emergência de novos sujeitos políticos. Esses sujeitos coletivos são parte de um cenário novo, de novas práticas sociais que estavam emergindo na história social do país. Eles são interpretados neste estudo a partir de suas linguagens e valores que professavam como indicadores da emergência de novas identidades coletivas.
O nosso propósito consiste em procurar descobrir nesta investigação se os trabalhadores se reinventam em sua subjetividade no fazer-se classe. A festa que é um elemento presente no processo de paralisação grevista, pode ser vista como um fator de reinvenção dessa subjetividade. Ou seja, se a festa, é um elemento fundamental de constructo humano. É no evento da greve que o movimento sindical é levado a questionar os fundamentos da ordem social vigente, e assim, a tornar-se mais politizado, no sentido de buscar a transformação do sistema.
A preponderância de reivindicações salariais (não raro em greve) e a luta por melhores condições de trabalho, marcham junto com a politização dos operários e dos líderes sindicais, dando margem para a formação da própria cúpula sindical para qualificar a ação política. Origina-se o sindicalismo político. Nasce o sindicalismo brasileiro contemporâneo que se politiza, agrupando parcelas de trabalhadores e formando lideranças que se destacam no cenário nacional, diferente do velho sindicalismo atrelado ao Estado e aos patrões, o que fazia aumentar a distância entre a liderança e a massa de trabalhadores.